sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cacos




1. Encontro

No poço fundo
Da noite oca
A morte estúpida
Mostra seus dentes.


2. Destino

Entre pedras vestidas de verde
morrerei de cantar,
como as cigarras.


3. Apenas

Apenas o silêncio
da rosa no vaso
e a minha dor.


4. Bagagem

Comigo vai apenas o meu nada,
diz o silêncio nos lábios do morto.


5. Solidão

Sou um fruto esquecido
numa árvore morta.


6. Árvore
                                           
Teu grito
meu silêncio
frutos da mesma dor.


7. O espelho

Na eternidade baça do espelho
dois olhos perdidos me olham.



16 comentários:

Guará Matos disse...

Nos olhamos, será que no enxergamos?

Bjs.
____
Saudades...

Mar Arável disse...

e assim se faz luz

Gaspar de Jesus disse...
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Gaspar de Jesus disse...

Olá Sônia
Obrigado pela visita.
Votos de um bom fim de semana.
Bjs
G.J.

Marcantonio disse...

Altíssima concentração poética, como de costume.

Abraço.

Elma Carneiro disse...

A beleza de sempre em seus versos Sonia.
Procurei por seu endereço para enviar-lhe um convite para visitar o Viart que no momento está de portas fechadas para todos e não emcontrei.
No meu perfil está meu email, pode mandar-me seu endereço? agradeço.
Beijos querida poeta.

Unknown disse...

Belíssimos, Sônia!

Todos sem exceção!

Em mim, "A Arvore" doeu.

Beijos, querida poetisa!

Mirze

Graça Pereira disse...

O destino marca muitas vezes o encontro...de onde se tráz apenas a solidão na bagagem que o vazio transforma em silêncio, como fruto vivo numa árvore morta... e cujo grito só um espelho já baço, devolve com sentida dor!
A tua poesia sublime, é inspiração para todos nós.
Beijos
Graça
a

Tatiani Távora disse...

conseguistes praticamente resumir uma vida. trabalho árduo.

abraço, Sonia.

:.tossan® disse...

O teu grito é o meu silêncio. Te aplaudo pela foto e texto o resto é só silêncio. Beijo

Anônimo disse...

O tanto que consegue dizer em poucas palavras me arrepia, poetisa!

Beijo.

Fernando Santos (Chana) disse...

Olá Sônia, bela fotografia e texto...Espectacular....
Cumprimentos

Fernando Santos (Chana) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando Campanella disse...

Concisão, percepção afiada, inspiração...e beleza.
Muito bom ler teus poemas, Sônia, que nos falam da dor transmutada, um grito silencioso das nascentes do ser.
Um grande abraço, minha amiga.

Nilson Barcelli disse...

Consegues fazer boa poesia a partir de qualquer coisa.
Gostei, como sempre, das tuas palavras, onde a tua criatividade poética está bem patente.
Querida amiga, boa semana.
Beijos.

Hilton Deives Valeriano disse...

O espelho: a finitude e seu lamento pelo eterno!

HORA DO DESCANSO